BIOLOGIA DAS BROCAS
Compondo a fase larval de alguns besouros, as brocas vão ter seu comprimento variando entre um e sete mm, com coloração indo do castanho até o preto, muitas vezes sendo recobertas por finos pelos. A fase larval se dá integralmente no interior da madeira. Quando adultos se tornam besouros, criam asas e abandonam tal local, deixando orifícios visíveis a olho nu.
As espécies urbanas encontradas são aquelas pertencentes às famílias Anobiidae e Lyctidae, sendo a Anobium punctatum e a Lyctus brunneus, respectivamente.
Ciclo de Vida das Brocas
Na eclosão dos ovos surgem pequenas larvas que vão se alimentar da madeira, formando galerias e túneis. Quando a larva está na iminência de se tornar uma pupa, ela migra para regiões mais superficiais da madeira. A pupa, então, adquire um estado inativo, deixando de se alimentar. Durante esse período ocorrem inúmeras transformações até se atingirem características adultas. O adulto é caracterizado por um pequeno besouro que também não vai se alimentar. Ele vai perfurar a madeira até atingir a sua superfície, abandonando-a em busca de um parceiro para o acasalamento. As fêmeas fecundadas vão, então, retornar a madeira para a oviposição.
Os Lictídeos vão procurar madeiras ricas em amido para a oviposição. Possuem um ciclo de vida bastante variável, determinado pelas condições ambientais as quais estão submetidos. Em condições ótimas de temperatura, umidade e nutrição, o seu ciclo pode ser extremamente curto, atingindo a maturidade aos quatro meses.
Os Anobídeos vão procurar madeiras geralmente não polidas, relativamente moles, assim como pequenas frestas para a oviposiçao. Possuem um ciclo de vida mais fixo, com a eclosão variando entre catorze e dezoito dias, uma fase larval de cerca de um ano e uma fase de pupa de cerca de três semanas.
Métodos de Controle - Desinsetização (Dedetização)
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Tratamento Localizado com furos;
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Tratamento Localizado com pincelamento;
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Tratamento Localizado com micropulverização;
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Fumigação (gás tóxicos).
A inspeção visual e o uso de armadilhas são uma boa metodologia de averiguação. Com isso, pode-se avaliar qual é a melhor estratégia de controle ou se realmente existe a necessidade de intervenção química. O tratamento mais comumente utilizado no combate as brocas é a aplicação de inseticida. Esse método pode ser empregado tanto no combate como na prevenção, sendo pouco eficiente no primeiro caso. Ao se aplicar o inseticida nos orifícios escavados pelas brocas, a praga não será exterminada já que ali é apenas a “porta de saída” da madeira pelos insetos adultos, os quais já emergiram. Ademais, a penetração do produto nesse local será pequena, porque ali se acumulam serragem e fezes do inseto, fato que restringe o alcance do inseticida a outros indivíduos.
Este método tem, portanto, um objetivo muito mais preventivo do que curativo. Se a superfície, frestas, juntas e orifícios estiverem tratados com inseticida (na madeira sadia), pode-se evitar que outras brocas venham depositar ovos naquela peça de madeira.
É relevante ressaltar que, como esse método é superficial, grande parte do produto tende a ser removida quando a madeira é trabalhada. Deve-se considerar também que isso pode pôr em risco a saúde de pessoas que entrem em contato com a madeira. Sendo assim, é fundamental um rigoroso controle em todas as etapas do beneficiamento da madeira. Particularmente no caso da madeira compensada, é importante notar que se o inseticida for aplicado somente na cola e a lâmina de madeira for muito espessa, esta pode servir de substrato para a proliferação do inseto.
Um outro procedimento bastante usado é o do tratamento com gases tóxicos. Quando no estado de larvas ou ovos, a presença de brocas em uma peça de madeira é praticamente imperceptível, sendo que somente mais tarde, quando o adulto eclodir, é que perceberemos, e os prejuízos se tornarão evidentes. Para evitar esse tipo de problema, emprega-se o método acima citado. O procedimento consiste em submeter a madeira a um expurgo com gases tóxicos. O expurgo é um tratamento essencialmente para combater e não para prevenir. No entanto, pode ser visto também como método de prevenção ao impedir que uma madeira atacada sirva de foco de infestação para outras madeiras sadias ou que o problema siga adiante.
O emprego do expurgo de gases tóxicos, embora de simples manuseio, exige cuidados, pois os gases usados são tóxicos e alguns deles reagem com metais, como o cobre. Isso acarreta uma série de restrições ao seu uso em determinadas situações. Sendo assim, é altamente recomendável seguir as orientações de um especialista. Pesquisas têm sido realizadas com outros gases, tais como argônio e nitrogênio. Nesse caso, o procedimento consiste em reduzir o teor de oxigênio na madeira, substituindo-o por um desses gases. Todavia, a comprovação da eficácia desse tratamento ainda está em fase de testes.
Os métodos citados acima devem ser empregados em conjunto. O pré-tratamento das madeiras após o abate evita o ataque e o transporte de insetos até a serraria. Os produtos empregados são tóxicos e os vários usos que se faz da madeira impõe restrições. O controle dos insetos xilófagos exige como primeira tarefa a análise da situação nos diferentes ambientes (seja na fábrica de móveis, na marcenaria etc.) e, se houver algum problema, diagnosticá-lo corretamente, verificando o tipo de inseto (broca) e os tipos de condições que estão favorecendo sua presença. Dado o diagnóstico e considerando as diversas limitações, pode-se buscar o procedimento que oferece o melhor resultado com o menor risco para a madeira e o usuário.
Lyctidae
São essencialmente xilófagos, ou seja, se alimentam de madeira.Indivíduos pertencentes à família Lyctidae procuram partes da madeira ricas em amido, principal fonte de alimento destes seres. Sendo assim, a deposição de ovos e o local de vivência dos lictídeos são determinados pela presença de tal substância.
Anobiidae
Indivíduos que compõe a família Anobiidae possuem hábitos alimentares variados. Aqueles que são xilófagos preferem madeiras antigas, uma vez que ao longo do tempo a composição destas se modifica e se torna preferencial para eles.
Dentre as brocas, os anobídeos são os únicos capazes de digerir a celulose, componente primário da madeira. As demais somente a ingerem, expelindo a madeira sem digeri-la.